Os episódios de sonhar acordada fazem parte da minha vida desde a infância. Tive uma infância difícil e acho que desde essa época, pensava muito mais em morte do que qualquer criança comum. O fato de eu odiar a minha vida e querer deixar de existir, me fez buscar alívio na imaginação (e que imaginação). Uma situação no dia a dia, uma cena de novela, filmes e etc, eram mais conteúdos para essas histórias da minha cabeça. Eu poderia escrever milhares de livros com histórias enriquecidas sobre qualquer conteúdo que possam imaginar. Na verdade, eu já escrevi um, inclusive. Por muito tempo o ato de imaginar, era possível somente durante a noite. Eu poderia deixar de fazer qualquer coisa só para usar esse tempo para meus pensamentos. Na vida adulta, isso me assombra e me conforta. É uma loucura. Hoje, eu tenho 28 anos e posso fazer isso há qualquer momento. Mesmo durante o banho, andando nas ruas, no trabalho. É cada vez mais intenso. Essas histórias, me tem como personagem, eu posso ser como eu quiser e a a vida dos personagens é conduzida pela forma que eu decidir. Essas histórias são tão conectadas ao meu emocional, que se um personagem sofrer algo, eu me pego chorando e sentindo a dor dele, ou até mesmo ao dançar ou dizer algo, cá estou eu dançado ou sussurrando as falas dele. Às vezes eu acho que eu sou louca e que isso é um problema gravíssimo e me dói, pois reconheço que não sou normal. Quando a minha voz autodestrutiva silencia, eu tento levar em consideração que isso faz parte de um histórico de uma criança que foi abusada, negligenciada e que usou a imaginação para fugir de uma realidade cruel e encontrou de certa forma um conforto que precisava. Me faz semtir melhor ou não, saber que existem pessoas que são iguais a mim. Não sei gente o que fazer, só quero ter a vida que eu imagino, mas é tão mais fácil sonhar acordada do que realizar isso na minha vida real.
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